Obentô [お弁当]

Conhecido popularmente como bentô [弁当] o obentô é o equivalente japonês da nossa tão brasileira e envergonhada marmita. Mas, como não poderia deixar de ser, tem toda uma história e intenção envolvidos.
Da combinação simples de uma porção de proteína, duas de vegetais ou frutas e três de arroz, a desenhos e personagens até onde for o limite da imaginação, os obentôs são a cara da sociedade japonesa que vive ocupada sem abrir mão de uma boa alimentação.

Supõe-se que o costume tenha iniciado na era Kofun (séc. IV d.C.), onde agricultores e viajantes levavam seu alimento para o trabalho embrulhado em folhas. Era uma forma diferente de arroz, cozido e seco para não estragar, junto com frutos e peixe seco. Tudo isso junto era conhecido como Hoshii.
As caixinhas típicas onde se transporta o obentô as Obentô Bako surgiram na Era Azuchi Momoyama (1573 - 1603) e era bem parecido com as mais luxuosas caixinhas de hoje. Eram lindas caixas de madeira muito adornadas. As Yusanbentô [遊山弁当] eram usadas pelas famílias nobres para carregarem seu alimentos quando seguiam para espécies de piqueniques, feitos na época em que as cerejeiras florescem (hanami) [花見] ou na mudança de cor das folhas do Momiji [もみじ] - quem assistiu Sakura Card captor deve lembrar dessa divisão de estações.
Na era Edo (1603 - 1868) a marmitinha japonesa de cada dia tornou-se um pouco mais simples, as chamadas Koshibentô [腰弁当] eram levadas por viajantes, se tratavam de vários onigiri (bolinhos de arroz) guardados em Kouri, as obentô bako, nesta época feitas de salgueiro e bambu trançados e embrulhados em tecidos.
O componente mais comum do obentô é o Onigiri e umeboshi, uma espécie de ameixa azeda em conserva.

Existem alguns tipos diferentes de obentô, que recebem nomes diferentes de acordo com a situação ou local onde são consumidos e/ou comprados.
O makunouchi-bentô [幕の内弁当], consumido nos intervalos de peças teatrais de Noh e Kabuki. Compostos predominantemente por onigiri, omelete e legumes cozidos.
O ekiben [駅弁], trata-se do obentô vendido nas estações de trem. Faz a alegria, ou melhor, o almoço, daqueles que não sabem ou não tiveram tempo de preparar seu bentô em casa.

Hoje em dia o bentô é bem variado, mas geralmente obedecendo aquela lógica citada acima das porções e com um obejtivo a mais: agradar aos olhos. As mamães nihonjin se empolgaram tanto que fazem verdadeiras obras de arte em cada refeição. O que ajuda os filhos a comerem todo o almoço e os maridos a não acharem o horário tão monótono.
Tanto que existem diversos sites e blogs sobre o assunto dispersos pelas internerds, além de competições de qual o bentô mais bonito.

E então, com umas belezinhas dessas, quem ainda teria vergonha de levar marmita?

Matta né~






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